quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sentidos do Que Virá



“Vejo sinais de escombros, ruínas, pedaços, farelos...
Ouço sinais de escombros, ruínas, pedaços, farelos...
Sinto sinais de escombros, ruínas, pedaços, farelos...
Calo-me sobre sinais de escombros, ruínas, pedaços, farelos...

Não há muito mais a se esperar, a se fazer
A não ser pisotear sobre escombros, ruínas, pedaços, farelos...”



By Elena Corrêa


domingo, 28 de agosto de 2011

Refém de Aplausos



“Por trás de uma postura romântica, eles tentam incutir nos outros sua visão de mundo, centrada neles mesmos

No momento da conquista, descrevem suas fontes de inspiração da mesma forma
Apenas mudam uma palavra aqui, uma vírgula ali, colocam um sinônimo acolá
E se regozijam com os elogios dos admiradores desavisados, verdadeiros capachos

Geralmente vazios de ingredientes, eles distribuem suas receitas de vida
Usam e abusam de expressões plagiadas, copiadas de algum lugar
Do nada, aparecem entendidos de todas as correntes filosóficas
E abusam de palavras pesquisadas no dicionário

Para impressionar, muitas vezes negam a própria origem
Escrevem muito sobre o mesmo, sem nada dizer
Para se mostrarem eruditos, fazem citações de grandes obras
E aguardam os aplausos, o afago dos bajuladores
Quando não é este o retorno que recebem, rebelam-se
Mostram-se crianças birrentas, daquelas que gritam e esperneiam

Mas mesmo desmascarados, ainda assim se acham acima de tudo e de todos
E com toda desfaçatez, não saem de cena
Seguem interpretando, disfarçando a própria carência de qualquer sentido objetivo”


By Elena Corrêa

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

No Retrovisor da Memória





“Fim de semana era sinônimo de viagem de carro em família
No banco de trás, a disputa era sempre a mesma entre as três irmãs:
Quem vai sentar na janela?
Quem vai sentar no meio?
Não importava, cada uma teria sua vantagem
Ou ver a panorâmica lateral, ou ficar no meio, debruçada entre os dois bancos da frente, de olho na estrada que se descortinava
Claro que ficar na janela, apenas admirando a paisagem, podia parecer mais agradável
E nem por isso perdia-se totalmente a visão do que viria mais à frente
Já ficar no meio do banco dava uma proximidade maior dos nossos eternos condutores: nossos pais

Como caçula, acabava quase sempre perdendo a disputa pelas janelas
Mas analisando a cena hoje, às vezes acho que ter ficado no meio me ensinou a estar mais preparada para botar sempre o pé na estrada
Já que encarar a realidade de frente é o que nos fortalece
Pois exige de nós mesmos uma força que acabamos tirando sabe Deus de onde...
E assim seguimos, de vez em quando olhando no retrovisor da memória em busca de lembranças
E a cada nova viagem tentando tirar o melhor de cada lugar que a vida nos oferece”


By Elena Corrêa



(lembrando as viagens que fazia na infância com meus pais e minhas duas irmãs)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sem Preço



“Não quero a liberdade vendida
A liberdade comprada
A liberdade negociada
A liberdade traficada
A liberdade manipulada
A liberdade orquestrada

Só aceito a liberdade batalhada
A liberdade desejada
A liberdade conquistada
A liberdade merecida
Porque ser livre no pensar, no agir, no sentir, não tem preço
Pelo resto, a gente paga”



By Elena Corrêa

sábado, 20 de agosto de 2011

À Sombra


“Na sombra de um arbusto, ela germinou por acaso

Observava silenciosamente seu superior ramificar

Sentia-se acarinhada, totalmente protegida

Acomodada, deixava o tempo passar distraidamente

Até chegar o momento em que uma tristeza estranha a invadiu

Sentia falta da luz do sol, precisava de um pouco mais de calor

Foi quando se deu conta de que estava totalmente encoberta

O arbusto havia crescido e se tornado uma árvore estrondosa

A ideia de proteção que a conquistara, repentinamente desapareceu

Assustada, viu-se invadida pela sensação de estar sendo subjugada

Mas não perdeu a esperança 

Nem culpou a grandiosidade de quem a viu crescer

Reconhece seu valor e seu poder

E, confiando que ainda descobrirá uma força oculta que a libertará
 
Sonha com o dia em que também sentirá os raios de sol aquecendo e iluminando sua vida”


By Elena Corrêa

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Amarras Invisíveis



“Nunca me senti falando com o invisível...
Acredito também na existência daquele que se esconde
E sei que ele me espreita
Ele me ouve, ele me entende

Ele, ou ela, lê o que escrevo

Sei o quanto dói controlar a vontade de responder
Mas se contorce no silêncio
Geralmente escolhe abster-se, opta por se anular
Sufoca a ânsia doida de se manifestar

Segue regras inexistentes
Justifica-se com mentiras
Diz que não pode, não convém

Não se desamarra de amarras visíveis só para si
Finge contentar-se em continuar sendo assim: invisível”


By Elena Corrêa


 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Permita-se


“Eu apareço
Eu sumo
Eu minto
Eu desminto
Eu faço
Eu desfaço
Eu construo
Eu destruo
Eu entendo
Eu confundo
Eu escuto
Eu ignoro
Eu falo
Eu me calo
Eu apareço
Eu me escondo
Eu me permito
Eu me censuro...

E quando eu me censuro, é quando mais sofro...”


By Elena Corrêa

Ombro Amigo


“Às vezes a autocrítica corrói 
Mas há aquele que se compraz com essa dor do outro
É alguém que geralmente não precisa de palavras
Através de um olhar, de um gesto, ele diz:

‘Que bom você se sentir culpada de tudo
Tira um peso das minhas costas’

É cômodo assinar embaixo do arrependimento alheio
Exaltar os erros que o outro assume sem mesmo tê-los
Proporcionar mais um motivo para vê-lo se mortificar

Surpreendente é encontrar alguém que o absolva
Que corra até o risco de ser condenado por estar a seu favor
E que perceba essa análise pessoal como algo construtivo

Pode nem ser alguém que conheça toda sua história, sua trajetória
Que acompanhe diariamente o passo a passo de sua vida
Mas sabe dos seus erros, das suas falhas
E mesmo assim, não se esquece de seus valores

É alguém que geralmente não precisa de palavras
Através de um olhar, de um gesto, ele diz:

‘Não se sinta culpada sozinha, divide um pouco desse peso comigo, e vamos nos livrar dele juntos’”


By Elena Corrêa

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Acabou!



“Teve um dia, um momento em que desabrochava para a vida

Uma manhã fria de inverno em que acordou, sentou-se na cama e disse:

‘Acabou! Não quero mais isso para mim!’


Decidida, foi lá e rompeu com uma relação que até então era sua razão de viver

A reação intempestiva e inesperada para ela própria a assustou
Como podia simplesmente acordar e ter essa solução tão clara?
É claro que essa conclusão veio de muitos pesares
Do somatório de muitos fatos contras e muitos sonhos a favor

O que a impressionava era acordar e sentar-se na cama com a decisão pronta
Isso, para ela, não era comum

O tempo passsou
Os lugares eram novos
As pessoas eram outras
Mas sempre que se via envolvida em uma questão que requeria uma decisão, clamava aos deuses
Pedia que a iluminassem e que, uma bela manhã, acordasse com o veredicto pronto

Até o dia em que entendeu que não podia mais ficar à espera de um insight
Estava na hora de não dormir mais esperando por uma resposta definitiva ao despertar
Precisava perceber, ao longo do dia ou da noite, uma decisão pulsando
E no momento certo, decretar:
‘Acabou!’
E aprender a assumir, sem medo, apenas aquilo que realmente quer e é importante para ela”



By Elena Corrêa

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dizem...


“E de tudo que dizem

Nada quer dizer o que me dizem
O que explicam
O que pensam
O que julgam

Nada revelará suas verdades
Ou transmitirá o que sentem
O que acontece
O que há de real

Nada dirá o que interpretam das minhas escritas
Nem o que querem que sejam as suas essências
Ou fará a tradução do que querem dizer

E de tudo que dizem

Nada quer dizer o que fingem revelar
Porque até agora continuam dizendo o mesmo do mesmo
Plágios, imitações e o mesmo de tudo o que já vi
As criaturas continuam sendo aberrações de seus criadores"



By Elena Corrêa

sábado, 13 de agosto de 2011

Enquanto a Vela Queima






"Quando um sinal de morte se faz presente, buscamos por vida

Quando mentiras ganham vozes, buscamos verdades

Quando inseguranças nos afligem, buscamos apoios

Quando o nada parece tudo, buscamos o tudo no nada

E quando o escuro se faz presente, buscamos uma luz"




By Elena Corrêa  (texto e foto)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A Marmelada



“Fecho os olhos e quase sinto aquele cheiro delicioso de infância

No fogo de chão, preparado no terreiro, a marmelada era feita em um imenso tacho de ferro

Uma senhora gorda de avental, cabelos grisalhos presos num coque, mexia o doce com uma enorme colher de pau que parecia até um remo de barco
 
Volta e meia ela tirava do bolso do avental um lenço branco, e secava o suor que brotava na testa por causa do vapor que subia da panela
O que pensaria enquanto preparava aquela verdadeira relíquia que encheria muitas latas, que seriam distribuídas entre filhos, netos, sobrinhos, amigos
Sentada à sombra de uma árvore eu a observava de longe
Como aquela cena era distante da minha realidade, pensava
E como ela tinha uma ligação tão próxima da minha origem
O que estaria pensando enquanto fazia aqueles movimentos vigorosos, mas ao mesmo tempo suaves e ritmados?
Eu não soube... Nunca saberei
Porque nunca me aproximei para perguntar
Tiha medo de que a resposta destruísse as lendas que minha imaginação gostava de criar naqueles instantes
Assim, os pensamentos que povoavam a mente daquela velhinha continuavam pertencendo apenas a ela
Às vezes tenho a sensação de ela nunca os contaria, mesmo que indagassem
Para que os revelaria?
Alguém iria realizar seus sonhos?
 
Então, conformava-se em continuar ali, apenas mexendo aquele e muitos outros tachos
Não sonhava com ganhos já tarde demais para serem conquistados
Em silêncio, chorava suas saudades, lamentava suas perdas
Alimentava sua alma solitária, fechada em suas próprias lembranças  
Mas não se deprimia, sabia que mais tarde veria a mesa posta e a família reunida em volta dela
E não disfarçava o orgulho e prazer ao ver o produto do seu trabalho adoçar a vida dos entes queridos

Hoje ao recordar dessas passagens, consigo ver o quanto aquela mulher me ensinou
Não sei se ela percebia, mas, no fundo, palavras eram desnecessárias
A maior herança que ela poderia me deixar estava ali
Na sua coragem, vigor e força para encarar qualquer tarefa
Não importando o valor ou menosprezo que lhe dessem
O importante era não perder a doçura”




By Elena Corrêa
(Para minha vó Vuca)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Falsa Fama



“Era uma pessoa gananciosa, meticulosa, sorrateira
Não era admirada, mas fazia de tudo para se sobressair
Falava alto, arqueava a sobrancelha, revirava os olhos
Fazia de tudo para ser o centro das atenções
Gesticulava de forma estabanada
Fazia malabarismos com as mãos
Sentada, batia o pé no chão freneticamente
Como se tivesse recebido uma entidade
Ria com gargalhadas forçadas
Jurava dominar todos os assuntos
Por isso, desmerecia o que os outros falavam
Vivia cercada de inferiores que se jubilavam com suas caras e bocas
A proximidade de pessoas bem conceituadas a incomodavam
Porque realçavam a diferença
E ela não suportava reconhecer sua inferioridade e falta de caráter
Temia admitir que seu destino fosse chafurdar na lama de uma falsa fama
Engolia o orgulho próprio ferido
Fingia uma alegria que nunca sentiu
Invejava a felicidade alheia
Era somente na solidão que ela conseguia tirar a máscara
O silêncio de seu quarto era o pior juiz de todos os seus atos
E, sem perder a arrogância, ela aguardava sempre pela sentença
Sem perceber que já estava cumprindo sua pena”


By Elena Corrêa

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Autobiografias


“A gente vive ouvindo frases feitas
Mas tem uma que não aguento mais:
‘A minha vida  daria um livro’

A sua daria? A minha, a de qualquer um daria
Suas dores foram mais doídas?
Suas alegrias mais sentidas?
Suas experiências mais marcantes?

Claro que sim!
Para você

Dariam um livro?
Com certeza

Não sei para quais e quantos leitores...

A auto-valorização é saudável
Na livraria do mundo há prateleiras suficientes para a história de cada um
E é normal cada autor achar a sua trajetória a mais importante de todas
Enfraquece é não ter olhos e ouvidos para o entorno

Prestar atenção também a outros enredos fortalece seus próximos capítulos
Então, é bom observar mais ao que acontece com as pessoas à volta
A história de cada um daria um livro pelo simples fato de existirmos
Claro que, além de você, nem todos vão considerá-lo um best seller

Mas quem só sabe valorizar a sua biografia, perde-se logo no prefácio
Desperdiça a oportunidade de chegar a um grande epílogo
Prende-se demais ao verbo na primeira pessoa
E a busca de algum tipo de conteúdo torna-se aterradora
Pois esgota cada página olhando apenas para o próprio umbigo”


By Elena Corrêa


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E O Que Resta É Esperar



"O vento sopra
Não sei para que lado
Não importa

É para o lado que me impulsiona?
É para o lado que me detém?
Tudo pode ser...

Tudo...

O que importa é não ter aquele vapor incômodo, traiçoeiro, sufocante
Aquele ar quente que obstrui os sentimentos
Que abafa as esperanças
Que não deixa fluir o frescor das boas intenções
Que são tão boas quando afloram

Aquele ar traiçoeiro atraiçoa tudo
Mexe com todos os sentidos
Deixa a mente confusa
A boca amarga
Os olhos turvos, perdidos no nada
Um cheiro estranho no ar
Um não sei o que desejar

E o que resta é só esperar..."


By Elena Corrêa


domingo, 7 de agosto de 2011

A Sombra Da Mentira


A mentira
Ô bichinha que nos persegue desde a mais tenra idade
'Mãe, tô com dor de cabeça. Não me sinto bem para ir para a escola'
'Tá bom, filha. Fica em casa hoje'
Pronto, lá ía eu, lépida e faceira, disfarçando um mal-estar, assistir ao Vila Sésamo na TV
Mentirinha ou desculpa inocente?
A verdade é que mente quem diz nunca ter mentido

O problema é quando toma proporções maiores
Quando acompanha o crescimento pessoal
E amadurece para o mal
Perde-se a noção do quanto poderá afetar o outro
Uma coisa é inventar uma desculpa para ver Vila Sésamo
Outra, é mentir para fazer o outro de Garibaldo

Crescemos rindo de nossas mentirinhas
Mas é preciso ter noção da proporção que elas tomam
Historinhas às vezes são necessárias
Desde que não prejudiquem ninguém

Quem nunca inventou uma desculpa qualquer para não ir a uma festa chata?
Prejudicou alguém? Colocou alguma coisa em risco?
Não. No máximo não será mais convidado para as próximas
Pode até ser bom, dependendo do evento...

Agora, se o enganar envolve um prejuízo do outro, é preciso ficar atento
O sacrifíco da verdade pode tirar de suas mãos o valor da realidade
A mentira pode tornar-se uma sombra te cobrando novas desculpas
E você pode acabar sendo expulso de sua própria festa”


By Elena Corrêa

 

Soneto Às Avessas


"De quase tudo, ao meu amor serei atenta
Quase tudo, não de tudo
Porque quero que sobre tempo para estar atenta a mim também

Dedicarei a ele todo meu zelo e todo meu encanto
Apesar do pesar e do desencanto que outros adoram valorizar

Não vou louvar, pois isso faz parte de uma idolatria quase religiosa
Que não faz parte do meu canto

Mas vou continuar dando muitas risadas
Porque elas me encantam e me divertem

O pranto, eventualmente continuarei derramando
Faz parte de descontentamentos rotineiros
Normal na vida de cada um

E assim, quando mais tarde a morte me procure, saberá que eu vivi, sim, o que optei por viver
E para mim ela não será uma angústia
Porque não dei permissão para a solidão ocupar um espaço que pertencia a quem me ama

E poderei dizer do amor que tenho:
Que seja mortal, posto que é chama
Mas que dure enquanto for infinito”


By Elena Corrêa

Livremente inspirado no "Soneto da Fidelidade", de Vinícius de Moraes

Transparências Que Me Restam



"Sem transparências
Sem relutâncias

Sem cobranças
Sem achados e perdidos

Sem o sem
Sem o com

Sem o nada
Sem o tudo


Sem satisfações a dar
Sem medos a provocar

Sem assédios
Sem provérbios

Sem o Sim
Sem o Não

Sem provocações

Sem rima
Sem métrica
Sem querer ser assimétrica

Sem sonhar com o que vem
Sem contar com o que não tem
Sonhando e contando apenas com o que me resta"


By Elena Corrêa

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Duelos Entre a Razão e o Coração



“A luta entre o racional e o emocional parece nunca ter fim

Vamos sempre perder se apostarmos que não há mais espaço para futuras enganações

Não adianta nos vangloriarmos de sermos experientes e termos sobrevivido a tantas situações
Haverá sempre aquele momento de ver mais uma máscara cair 

Como se fosse a primeira vez, somos uma vez mais surpreendidos
E, de novo, questionamos como pudemos ser tão influenciáveis
Como chantagens emocionais quase conseguiram nos tornar reféns

Mas, se tiveram a ousadia de tentar, é porque deixamos flancos abertos para isso
Não adianta envergonhar-se pelo erro de estratégia
Nem lamentar a falta de iniciativa de criar a própria defesa  
Desculpas ingênuas não convencem a ninguém

Culpa-se por não ter percebido desde o início tal novo engodo
Sentimentos menos nobres afloram
Indignação, revolta e até nojo são mais fortes
O desequilíbrio leva à somatização 
As insônias viram fantasmas constantes

É preciso reagir, combater pontos fracos que nos deixam vulneráveis
Porque é deles que os falsos fortes vão se valer para nos manipular
E os falsos fortes vão continuar existindo e aparecendo de surpresa

Muitas vezes, caímos no mesmo conto porque não damos ouvidos à intuição
Ignoramos quando ela dá sinais, sussurra, assopra no ouvido, e até grita
Em outras a seguimos, e evitamos as arapucas criadas para nos derrubar
Mas quando não lhe damos ouvidos, o golpe pode ser certeiro

O embate entre o racional e o emocional está sempre terminando e recomeçando
E nessa luta, continuará havendo batalhas em que ora um, ora outro vencerá
É o duelo da vida, até o round final”


By Elena Corrêa