quinta-feira, 9 de maio de 2013

O que pode doer mais?



É como se o minuano tivesse invadido meu ser
Mas é diferente de antes
Agora não sinto um frio comum
O frio da pele, da superfície, dos músculos
Sinto um frio penetrante, cálido, que vai na alma

Sinto uma dor que não sei onde começa nem onde termina
Apenas a sinto latejando
Às vezes tentando ser mais conformada
Às vezes se rebelando e gritando

Sinto esse vento soprar forte
Mas nem sempre ouço seu assovio vibrante
Ás vezes é um soar silencioso
Mas que vai até as entranhas
Às vezes é um grito sufocado na garganta

Às vezes não é nada traduzível em palavras
É apenas o sentir, o ouvir, o olhar...
Às vezes é apenas essa dor
Latente, gritante, pulsante
Que não se compara a nada
E que transforma tudo em nada

Perto dessa dor, o que pode ser maior?
O que pode ser mais importante?
O que pode doer mais?


By Elena Corrêa