terça-feira, 18 de dezembro de 2012

“Eu”



“Em algum momento, em algum lugar, surgiu Eu

Sim, Eu pequena, aparentemente indefesa

Só aparentemente

Porque a pequena sobreviveu e cresceu

E foi acumulando forças aos poucos

O mundo foi contribuindo aos montes

Com verdades, com mentiras

Com esperanças, com decepções

E assim fui realmente sendo gerada

Alguém do mundo, alguém da vida

Alguém que buscava o doce no fruto da dor

E sabia que jamais seria atingida pelo amargor dos derrotados

Porque a doçura dos vitoriosos sempre esteve presente

E é a essa vitória que eu brindo o final de mais um ciclo

E ao recomeço que desponta de uma nova vida

Sabendo que não sou mais pequena nem indefesa

E, em algum momento, em algum lugar

Eu vou ressurgir”



By Elena Corrêa

 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Repetição




"Todo dia, toda hora, tudo se repete
O que eu poderia ter feito e não fiz
O que eu poderia ter dito e não disse
O que eu poderia...

Todo dia, toda hora, tudo se repete
Por que eu não calei naquele segundo?
Por que eu não me segurei naquele minuto?
Por que eu não raciocinei naquela hora?
Por que...

Todo dia, toda hora, tudo se repete..."


By Elena Corrêa



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Falso Sonhador, Real Vendido




"E lá estava ele, pequeno, insignificante, sem preparo
Ao mesmo tempo curioso, ambicioso, inteligente
E, acima de tudo, esperto e estrategista
Ardiloso, diplomata como ninguém
Conquistava os superiores de uma forma sensual e envolvente
Falava em nome dos subalternos como se tivesse procuração de todos
Alimentava e incentivava conversas de porões e de alcovas
Não sabia que vivia num tempo em que seus segredos não eram novidade
Não sabia que seus 'segredos' já faziam parte de outros tempos
Não percebia que era mais uma peça lançada para desmontar um jogo de dominós
Uma peça a serviço dos interesses de quem queria dar xeque mate no xadrez
Era um novato num antro de veteranos caquéticos no clã da malandragem
Era alguém que se apresentava como a mais pura representação da ética
Mas se trocou por algumas moedas e se fez um vendido num comércio podre de medíocres"


By Elena Corrêa