“Tem horas que bate uma saudade
de quem eu fui e deixei de ser,
de quem eu fui e deixei de ser,
por livre arbítrio
De quem gostaria de ter sido e abortei o plano,
por imposta pressão
Pode parecer uma saudade boba, injustificável
Mas tem horas que ela bate
E acabo deixando entrar
Tem horas que dá uma vontade de chorar
Não por tristeza ou dor
É só uma sensação de que o reservatório de lágrimas atingiu seu limite
Não por tristeza ou dor
É só uma sensação de que o reservatório de lágrimas atingiu seu limite
Elas estão prestes a transbordar
Elas precisam sair
E eu deixo que saiam
Pode parecer um pranto tolo e inútil
Mas serve para lavar os olhos, lustrar a íris
Mas serve para lavar os olhos, lustrar a íris
E, quem sabe, deixar mais clara a visão de tudo
Tem horas que gostaria de voltar no tempo
Para ajustar situações, aparar arestas de relações
Um desejo bobo e solitário de reconciliação que me leva a uma autopunição
Como se tivesse eu sido a única responsável de todas as ações
Nessas horas, o melhor é fechar a porta e deixar a vontade passar
É preciso pensar bem antes de buscar algo ou alguém do passado
Porque esse algo ou esse alguém poderá novamente querer destruir meu presente
Porque esse algo ou esse alguém poderá novamente querer destruir meu presente
E, mais uma vez, ameaçar obstruir meu futuro”
By Elena Corrêa
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