sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sem Arte na Alma



"A vida às vezes parece um convite a eternas vernissages

Cada uma nos atraindo com suas diferentes e nem sempre autênticas obras

Algumas podem ser inteligentes, glamourosas, filosóficas

Talvez com um toque vintage, moderno, contemporâneo

Outras, quem sabe, enfadonhas, pedantes, sem-noção

A escolha de qual visitá-las é nossa

Às vezes acertamos, às vezes não

Depende da visão que emprestamos para tudo

Eu gostaria de me surpreender um pouco mais na galeria de humanos

Ver mais pessoas pularem do imaginário para o real

E não o contrário, como é o que acontece na maioria das vezes

Cansada de esbarrar com quem desistiu da realidade para se disfarçar de figuras abstratas

Parecem tintas coladas em telas que não lhes pertencem

São como fôrmas de esculturas pretensiosas, mas que não passam de réplicas

Criam uma imagem de perfeição e superioridade para exibirem aos outros

No fundo não convencem nem a elas próprias

Que dirá a um merchant

E, sem perceber, tornam-se aberrações delas mesmas

Não, não quero mais assistir a esse tipo de exposição pseudo artística

Dispenso essas pinturas borradas, esculturas deformadas, instalações desinstaladas

Artistas frustrados, pessoas com discursos artísticos mas sem arte na alma"


By Elena Corrêa

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