Observar, analisar, apontar
Criticar, julgar, condenar
Quanto não será difícil estar do lado de lá?
Quanto não dói quando se está do lado de cá?
Delírios subjetivos de ordens ordenadas em mentes
teoricamente corretas
Teorias corretamente criadas em momentos de devaneios
Conceitos mergulhados no inconsciente revelando-se em sonhos
repetitivos
Alucinações que se repetem incessantemente como se não
fizessem parte do real
Visões que voltam, e voltam, e voltam, e voltam...
Frases que não se decifram porque nada têm a dizer
Palavras que não se traduzem porque carecem de significado
Desejos morrendo engasgados em uma garganta seca, com um
frescor de menta murcha
Cheiros se misturando e se equilibrando entre o bolor do
mofo no tronco podre e a suavidade da aragem fria e suave na relva fresca
E o que se busca é aquilo que não se sabe onde está
Não se sabe que forma tem, não se sabe o que é
É algo que está acima de todos os sons, aromas, sabores,
visões, sensações
Observar, o quê?
Analisar, para quê?
Apontar, quem?
Analisar, para quê?
Apontar, quem?
Criticar, o quê?
Julgar, para quê?
Condenar, quem?
Julgar, para quê?
Condenar, quem?
É o quanto é difícil estar do lado de lá
É o quanto dói quando se está do lado de cá
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