segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Falsos Poemas


“De madrugada, o silêncio no apartamento é ensurdecedor
Quebrado apenas pelo som frenético do teclar no computador
O desejo é de uma companhia, um amigo, um amor
Mas já passou o tempo de se sonhar em vão
Busca-se urgentemente um interlocutor

Alguém que não use palavras manhosas apenas para acarinhar
Alguém que não busque frases poéticas apenas para conquistar
Alguém que não se exiba num pedestal apenas para barganhar sua admiração

Mas a carência é tamanha que a você só quer se sentir presente
Não importa se quem lê não está realmente traduzindo seus sentimentos
Não importa se estão se aproveitando do seu espaço para falar de si mesmo

Aí, busca-se a diferença entre quem está longe e quem está perto
Questiona-se por que quem está próximo não se aproxima
Mas se reconhece a facilidade de quem se posicionar à distância

É muito cômodo para o outro lançar palavras ao vento
Usar poemas envolventes e sedutores
Que vão se perder, sem provar seu verdadeiro conteúdo
E de nada servirão quando você mais precisar
Porque restará no ar de novo apenas um som, já nem tão frenético
Somente aquele ruído abafado do teclado” 


By Elena Corrêa


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